Tributo aos campeões

10/02/2009 00:45

O Universo Brasília se sagrou campeão da Liga das Américas neste domingo ao derrotar o Halcones Xalapa (MEX) por 86 a 83 no México. Nosso grande especialista em basquete, Mr. Klaus, vai escrever um texto especial sobre o time campeão. Mas até la podemos adiantar ao amigo blogueiro as entrevistas que o Na Trave fez com duas grandes figuras do time candango, feitas antes do jogo contra o Bauru pelo NBB: o camisa 10 Alex e o técnico Lula Ferreira.

Na Trave: Qual a chave pro sucesso do Universo/BRB?

Alex: Sem dúvida o investimento feito no time, somado ao elenco formado ao longo dos anos fazem muita diferença a nosso favor. Sem contar que temos um técnico e uma comissão de nível de seleção brasileira. Nossa maior arma acaba sendo mesmo o conjunto maravilhoso que temos aqui no Universo.

NT: Ano passado você estava jogando em Israel. O que te motivou a voltar a jogar no Brasil?

Alex: Minha família foi o principal fator. Tivemos problemas de adaptação, minha filhinha não conseguiu se dar bem na escola. Além do que tenho grandes amigos aqui no Universo e ainda conto com o Lula com quem já trabalhei por 6 anos em Ribeirão Preto. Tudo isso pesou pra que eu voltasse ao time aonde me consagrei campeão brasileiro em 2007.

NT: Na sua opinião, qual o grande ganho que o basquete tem com essa nova liga de basquete NBB?

Alex: Antes os times não aceitavam certas decisões da CBB, não queriam disputar o campeonato. Agora que os clubes coordenam a liga, todos eles lutam pela mesma causa. Com isso temos mais times disputando o torneio e isso contribui pro crescimento do basquete nacional.

NT: E imaginando uma melhora no basquete brasileiro a curto prazo, da pra nos imaginar nas Olimpíadas 2012?

Alex: Já temos uma seleção boa, com bons valores individuais. Mas o que prejudica é a vaidade. Falta o conjunto que aqui no Universo nós construímos tão bem.

Na Trave: Lula, você chegou aqui apenas em 2008 mas já devia acompanhar o Universo de perto quando era técnico da seleção brasileira masculina. Na sua visão, o que faz a diferença pro sucesso do Universo/BRB?

Lula Ferreira: É uma conjunção de vários fatores. Primeiro é você ter um investidor forte como é aqui o Universo, e apoios importantes como o do BRB e da Financeira Brasília. Isso é um passo importante. O outro é se cercar de jogadores e profissionais que tenham competência pra formar um grande time, e isso foi feito.  E passaram por aqui bons técnicos, alguns famosos, outros aqui mesmo da região que têm seu grande mérito. Sem contar que ganhamos um apoio importante do público. Brasília se tornou referência de ginásio cheio, e culminou no título de 2007. Em 2008 bateu na trave, e com isso criamos um espírito vencedor, de sempre estar no pódio. Criar isso é difícil, manter é mais ainda.

NT: Então é isso que falta aos outros times de Brasília? Um investidor forte que ajude a criar esse espírito vencedor?

LF: Sim, porque se não tiver um investidor forte, não há dinheiro pra trazer bons jogadores e uma boa comissão técnica pra trazer os resultados. Como em todo investimento, é preciso capital pra trazer o retorno esperado. Não adianta ter só espírito vencedor, nem só dinheiro, nem só uma boa comissão. É a conjunção desses valores da qual te falei.

NT: E essa nova liga que surgiu nesse ano? No quê ela vai contribuir para o crescimento do basquete brasileiro?

LF: De início, a principal contribuição foi trazer de volta os melhores clubes para o campeonato nacional. Segundo é que é um modelo de gestão que deu certo em outros países que estão bem no basquete como Espanha e Argentina. Então o Brasil também deveria tentar. É claro que toda gestão tem seus problemas e a curto prazo não se de pra colher os frutos, mas muita coisa a boa já se pode ver. Por exemplo a divulgação do basquete hoje que melhora com o contrato fechado com a Rede Globo. Isso atrai os investidores que têm o retorno esperado quando colocam o dinheiro no basquete. Com isso eu acho que entramos num círculo virtuoso. O basquete brasileiro é muito equilibrado e isso atrai o público. Mesmo se o nível técnico não é muito elevado, o equilíbrio traz um interesse muito grande. Tenho certeza que o NBB vai apontar sempre pra placares apertados, com pouca diferença de pontos. Claro que das 15 equipes você teria um bloco de 8 a 10 que são as que realmente vão disputar as primeiras colocações. Mas jamais você pode achar que vai ganhar de qualquer jeito. Mas nesse começo já tivemos uma mostra do que estou falando. Bons jogos, casa cheia, boas apresentações de jogadores com qualidade altíssima como Alex, Marcelinho, Baby, Murilo, que são da seleção e que jogam por aqui. Então temos que valorizar esses grandes jogadores e as grandes promessas que devem surgir.

NT: E pra encerrar, quais as armas do Universo pra ganhar de novo o campeonato nacional?

LF: Acho que a composição do elenco. O nosso oferece a possibilidade de pelo menos 2 jogadores em cada uma das 5 posições. Isso é um privilégio pra poucos. Por exemplo temos o Valtinho como armador titular e o Ratto na reserva. Alex e Arthur nas laterais tendo Diego e David pra substituir. Essa força é um fator diferencial pra nos ajudar durante a competição.

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