El Loco bicentenário

30/04/2009 21:50

Mais importante que o passeio do Boca Juniors por 3x0 no fraco Deportivo Táchira. Mais importante que a classificação já esperada, que a ausencia de Cáceres e Roman, que o nível de jogo apresentado ou qualquer outra crítica. O jogo final do grupo 2 dessa Libertadores 2009 na Bombonera será lembrado pela marca redonda alcançada de forma emblemática pelo maior artilheiro da história xeneize: o gol 200 de Martin "El Loco" Palermo com a camisa auriazul.

Justamente pelo fato do adversário não ser dos mais fortes, já existia a expectativa por essa marca antes do próprio apito inicial. Tanto que nas populares estava presente a já famosa bandeira com a contagem dos gols do El Loco. Bandeira essa que terá de ser substituida, pois sua conta só ia até o 200, apesar de que embaixo havia a frase de confiança "Vamos por más".

Mas por que foi tão emblemático o gol 200 sendo que não foi numa final ou num Superclásico? Por quebrar estereótipos sem deixar a estética de lado.

O 199 foi num penalti sofrido por ele próprio. Provar que tambem sabe fazer gols da marca de cal não é novidade para Palermo, mas ainda sim serve ao próposito de calar os rivais céticos.

Já o 200. Ahhh o 200...

Quer marca histórica sendo sacramentada de forma mais charmosa do que com uma chilena (bicicleta no Brasil)? Confesso que quando vi não acreditei, o ídolo maior de muitos hinchas xeneizes (e meu também) estava dando uma volta quase olímpica depois de uma pintura de gol, e logo o ducentésimo gol. Impossível não se emocionar...

Digo que já vi Maradona, mesmo que seja no fim da carreira.

Vi Romário, Hagi, Stoichkov, Laudrup, Ronaldo, Zidane, Totti, Del Piero, Henry, Batistuta, Caniggia e até Riquelme. Todos superam Palermo em genialidade, mas não é o suficiente. Não pra mim.

Porque Palermo esteve presente nas grandes conquistas do Boca dos últimos anos, quase sempre de forma decisiva. E esteve presente também nos momentos difíceis com a esperança de que em seus pés sairiam os gols da reviravolta.

E como não reverenciar um jogador que aos 35 superou uma lesão terrível no joelho para voltar a emocionar metade mais um da nação argentina?

Como crítico digo que não vejo o Boca Juniors como campeão dessa Libertadores 2009. Mas o coração de torcedor sabe que aonde há Palermo, há esperança.

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