Dois vira, quatro acaba

05/10/2008 16:25

O Santos goleou o Atlético-PR em casa por 4x0 ontem e respirou aliviado após a conclusão da 28ª rodada da Série A: com os resultados dos adversários, o Peixe pulou para a 13ª colocação, com 33 pontos. Contudo, os santistas não tem apenas isso para comemorar: o time jogou muito bem ontem e, enfim, parece estar convencendo os torcedores de que não é preciso mais ficar com aquela pulga atrás da orelha toda vez que o time entra em campo para jogar.

 

Com um golaço desse daí de cima, o paraguaio Nelson Cuevas, o Santos abriu o placar aos 52 segundos de jogo. Esse gol refletiu qual foi a tônica do jogo: o Santos sempre partindo pra cima, porcurando o gol do adversário, enquanto ao Atlético-PR restou apenas (tentar) se defender, porém o time alvinegro entrou disposto em campo ontem para fazer barba, cabelo e bigode.

Após o gol, o time do Atlético-PR ficou desnorteado em campo. O técnico do Furacão, Geninho, havia colocado um time com uma formação muito defensiva: um 3-6-1, com Kelly e o colombiano Ferreira para fazerem o papel de ligação meio-ataque e, solitário no ataque, Pedro Oldoni. Porém, o gol-relâmpago do Peixe desartodoou a defesa do Furacão, e o esquema defensivo de Geninho fora por água abaixo. E mais: ainda no primeiro tempo, o Furacão perdeu o seu zagueiro-capitão Rhodolfo, contundido, e entrou em seu lugar Gustavo, ex-Palmeiras, Corinthians e São Caetano, um zagueiro pesadíssimo, para tentar parar o artilheiro Kléber Pereira. Como de praxe, Geninho continua sem saber fazer substituições nos times por onde passa.

O Santos, mesmo com a pressão pelo resultado positivo, soube muito bem administrar o placar durante o primeiro tempo. O Atlético-PR levou perigo algumas vezes com o bom lateral esquero Márcio Azevedo, porém não obtinham sucesso nas investidas à defesa alvinegra praiana, pois ontem a dupla de zaga estava inspirada. Fabiano Eller, de cabelo cortado, e Domingos, completando 150 jogos com a camisa do Peixe, trouxeram muita solidez à defesa santista, auxiliada também pelo esquema tático montado por Geninho. Ainda no primeiro tempo, o Santos abriu 2x0 com um gol do colombiano Molina.

No segundo tempo, em outro lance relâmpago, também por volta de 50 segundos de jogo, o lateral-esquerdo Kléber faz uma boa jogada e cai na área. Na primeira impressão, achei que não tivesse sido pênalti. Porém, ao rever o lance, vi que o defensor do Atlético-PR empurra Kléber com o braço esquerdo, desequilibrando o lateral na hora do chute. Pênalti bem marcado pelo árbitro Djalma Beltrami. No pênalti, Kléber Pereira, artilheiro do campeonato, não desperdiçou e fez 3x0 Santos. Na foto acima, a comemoração do artilheiro. Foi o seu 20º gol no campeonato, o 19º marcado na Vila Belmiro.

Com mais um gol no placar, o Santos jogou solto e sem nervosismo. O placar já estava praticamente consolidado. Geninho, em uma atitude desesperada, tira o zagueiro-elefante Gustavo e coloca o atacante paraguaio Julio dos Santos em seu lugar. De nada adianta para o Furacão. Ajudou mais o Santos, pois, sem um zagueiro, o trio ofensivo do Santos era sempre letal nos contra-ataques. Não deu em outra.  Em outro lance do ataque do Santos, falta perto da grande área. Kléber, que enfim fez uma partida à altura de suas sucessivas convocações para a Seleção Brasileira, cruza na medida para o zagueiro Fabiano Eller marcar de cabeça o seu primeiro gol com a camisa do Santos e o quarto na partida. Com um sonoro 4x0, era só alegria para os torcedores santistas na Vila Belmiro. E o mais ilustre deles estava lá: Pelé acompanhou a partida com o filho Edinho e outros familiares e aprovou a atuação santista, comprovando a sua fama de pé-quente quando vai assistir aos jogos na Vila Belmiro.

O Santos fez uma partida muito boa, tanto taticamente, quanto emocionalmente. Em nenhum momento os jogadores mostraram nervosismo ou impaciência, procuraram sempre trabalhar com a bola nos pés, trocando passes, e jogaram muito bem com o placar em vantagem durante toda a partida. Outro ponto a se destacar foi a não-dependência dos jogadores em sempre procurar Kléber Pereira para armar as jogadas de ataque. Tanto Cuevas como segundo atacante, como Molina (no primeiro tempo) e Pará (no segundo) de meias de ligação, como Kléber de lateral-esquerdo, procuraram outras opções de jogadas, trabalharam mais a bola, e não fizeram o que de hábito vinham fazendo: bola pro Kléber Pereira e deixa ele resolver tudo sozinho. Com esse espírito de equipe o Santos com certeza saíra dessa fase conturbada no Brasileirão. No returno, sua parte em casa vem fazendo corretamente. Resta saber agora fora da Vila Belmiro.

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